Decore a CasaCiça Rego Macedo

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DicasTudo comunica

Além da estética, os materiais que utilizamos no nosso dia a dia comunicam algo sobre nós.

A conversa de hoje é mais simbólica e filosófica porque queremos falar sobre os materiais que “vestem” a nossa casa: como uma roupa que pode repelir, se mal escolhida, ou acolher como o abraço de uma mãe, caso a escolha seja certeira.

Uma vez definido o piso, é hora de nos aprofundarmos nos porquês das escolhas dos materiais. Não, não vamos detalhar nenhum material neste momento, pois cada um merece um post exclusivo, mas queremos dar um panorama geral sobre a importância daquilo que colocamos em nossas casas.

Você nos ouve falar, com frequência, sobre a preferência que temos por usar materiais naturais nos projetos. Isso não é à toa e muito menos por mero capricho, mas sim uma forma de valorizar algo tão humano: os sentidos.

Todos conhecemos o toque macio de um cobertor de lã, notamos o cheiro da madeira em determinadas épocas do ano, e escutamos os sinos da Igreja que toca em determinados momentos do dia. Tudo isso nos situa.

Quem nunca entrou em algum ambiente e disse “ficaria aqui por toda a minha vida”? Ou, pelo contrário, se sentiu depressivo e triste? As formas, as cores, a luz, as proporções e as matérias criam uma atmosfera que despertam os nossos sentidos e sentimentos. Essa sabedoria não é recente. Os gregos, os medievais, os renascentistas e os modernistas sabiam usá-la com maestria.

Ocorre que, no nosso tempo, somos levados a nos afastarmos dessas percepções, a não notá-las de forma consciente, apesar de estarem presentes. E isto nos traz consequências.

Esta dessensibilização com o que é natural e próprio de cada material nos desconecta da realidade. Aqui, deixamos alguns exemplos de materiais que evitamos a todo custo:

• Porcelanato que imita madeira: um material frio que imita o quente.
• Porcelanato que imita pedra com grama.
• Plantas e frutas artificiais.

A ideia aqui não é fazer um tratado sobre o tema, mas, como profissionais que levam o bem-estar à vida das pessoas, é parte do nosso trabalho estarmos atentas a este fenômeno. O impacto da arquitetura e do design de interiores nas nossas vidas não é pequeno, não à toa existe uma disciplina, a neuroarquitetura¹, que estuda como os ambientes físicos afetam o nosso cérebro.

Neste sentido, vamos deixar algumas formas simples de como fazer bom uso dos materiais para que as nossas casas sejam lugares agradáveis e sensíveis.

Tecidos

Quando falamos em vestir, logo pensamos nos tecidos. Este material, que possui inúmeras texturas, cores, estampas e composições, é o que dará o conforto que queremos para as nossas casas. Se os cobertores aquecem as pessoas, os tecidos aquecem os ambientes². Nas roupas de cama e de banho, invista nos 100% naturais, especialmente nos que têm contato com a pele.

Madeiras

Se ao associarmos à simbologia da árvore, ela acolhe e se torna abrigo para as mais variadas criaturas³, por isso, é natural o acolhimento da madeira. Caso seu piso seja frio (porcelanato ou pedra), prefira móveis de madeira (de verdade), para equilibrar.

Pedras

Não tenha medo das marcas, afinal, isso não quer dizer ausência de cuidado, mas sim presença de uso. Não se esqueça do que sempre falamos: objetos, materiais, móveis para casa foram feitos para serem usados e aproveitados, e não para ficarem guardados com medo das marcas do tempo.

Se não puder ter uma bancada inteira, eleja mesinhas laterais, bandejas e outros utensílios. Nosso país é rico em pedras e faz diversos objetos com este material tão lindo.

Plantas e flores

As plantas e flores, sejam as de corte ou as plantadas, nos mostram o ciclo de uma vida. De todos os materiais, elas são as que mais nos situam, pois mostram a nossa brevidade. Não devemos desperdiçar o tempo com falsidades, por isso, sempre tenha folhas e flores frescas em casa.

Entramos neste tema para te dar mais fundamentos de escolhas e lembrar de que nada é aleatório e que tudo comunica. Cada material vai deixar uma impressão em você, diariamente. Por isso, busque os melhores que puder ter!

1. ¹https://www.vobi.com.br/blog/neuroarquitetura
2. ²Needleman, Deborah. The Perfectly Imperfect Home/ Deborah Needleman.-1st. ed. Clarkson Potter/Publishers.
3. ³O Livro dos Símbolos, reflexões sobre imagens arquetípicas. Ed.Taschen.